quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

2010.

Quando criança, lá para os 13 ou 14 anos, sempre tive a idéia de que em 2010 seria o meu ano, e hoje com 17 eu não me esqueço desses dias, lembro bem das horas de planejamento, de noites perdidas sobrevoando na cama, do número da camisa, da virada de ano... Enfim de querer fazer daquela época a chave, a desculpa pela procura por dias melhores.

E o 10 se infiltrou em minha vida fortemente durante boa parte daquele período, tão cobiçado por mim. Pela Copa Pernambuco, fui eleita a Atleta Destaque- Revelação, depois cheguei a disputar uma Liga Nacional pelo Sport em Criciúma - SC, logo em seguida veio à convocação para representar o meu estado, a Seleção Pernambucana sub-20, e ainda o 1 lugar em minha entrada no curso de Fisioterapia, sendo a 8 geral.

Parecia caminhar tudo bem, mas aí veio à morte de minha avó, bem na data 10|12|2010, a luz definitivamente se apagou e vieram os dias mais difíceis de minha vida... A dor, a família, a ausência. Sem esquecer ainda que passei uma semana sem treinar tendo um campeonato importante batendo na porta, era o Jocipe, mas sei que naqueles dias não havia coragem e nem força para encarar as pessoas.

A estréia cai no dia da missa do 8 dia de falecimento, bem no mesmo horário, e faço a escolha de não deixar minha equipe na mão. No aquecimento as lágrimas caiam constantemente com uma dor de cabeça enorme, o professor dava as instruções, mas eu não entendia nada.

Durante a partida eu pude perceber que só meu corpo estava lá, pois a alma havia ficado na igreja, ao lado da memória de minha vó. E para completar, durante o Jocipe Ricardo Menezes, atual treinador da Seleção Pernambucana veio me informar que eu já estava convocada para representar mais uma vez o meu estado em 2011 pelo sub-17, mas que infelizmente por uma mudança de regra, eu estava fora.

Por isso, se antes o dia 10 era visto pelos meus olhos como sinônimo de Vida, agora passou a ser também de Morte, e assim sentindo minha mente numa aguda ausência, não sei mais se vou continuar o colocando em meu corpo, esse número, esse mesmo número, tão recordado e amado, agora se configurou em tristes dias dos capítulos desta vida...

Mas saiba que mesmo longe eu ainda posso sentir o desejo, o cheiro do recomeço, e por mais que eu negue, algo me pede entrega. E foi isso que aconteceu, no dia 26 de dezembro lá estava eu, em um torneio em Bezerros, de pé mais uma vez, foram 5 gols em 3 jogos e uma atuação razoável.

Passado alguns dias, mais precisamente no dia 31 recebi um convite da treinadora Gorete Santos de Bezerros para disputar nos dias 26 e 27 de fevereiro de 2011 um torneio na Paraíba em Sumé, sendo minha participação já confirmada. Além disso, no mesmo dia recebi um telefonema de Arismere Nascimento, arbitra da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) informando que serei a pessoa a quem eles irão depositar toda a confiança e investimento, para me tornarem arbitra da CBFS futuramente...

E hoje posso lhe dizer as seguintes palavras: Ainda bem que existe sempre um outro dia.

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