Sol Gelado

Olhei com um olhar majestoso, um olhar que se magoou e ficou no estádio em estilhaços, atormentado, fascinado, desacreditando em tudo que havia pensado sentido e imaginado sobre a humanidade, logo esse interesse se estragou e foi pra casa de cabeça baixa.

Acreditava que meu olhar era importante porque tentava enxergar aquilo que olhava, talvez fosse mais profundo do que a retina poderia alcançar, observava não com os olhos e sim com o coração, era parte da alma penetrando sobre os olhos dentro do lado belo da vida, como uma maça com sabor adocicado do primeiro pecado... Por fora cheia de hematomas mais que por dentro um sorriso se fixava sobre si.

Olhava e ao mesmo tempo via, soprei um suspiro com fumaça entrando sobre meus pulmões, mergulhei na escuridão das ilusões em meio a trovões e trovoadas sem mais alcançar o caminho da luz, uma enchente solitária de lágrimas levou a queda do olhar.

Quem sabe, talvez possam existir outros momentos que irão me dizer ou não que nem tudo está perdido, espero por isso, no fundo de minha gente há sempre uma possibilidade.

Continuarei amando esse povo, até mesmo porque se já comecei a amar e estou sempre a pensar neles, nunca irei parar, pois automaticamente falo e nem percebo.

O som dos nomes ditos ecoa sobre meus ouvidos com passos firmes e uma alegria desconhecida de muitos almeja uma flor no campo.

Uma parte do corpo ficou estilhaçada, mais há sempre uma forma de encaixar os pedaços.