quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Amargo Sorriso


Por pior que estejamos por dentro
Devemos estar sorrindo por fora

Muitas são as vezes
que digo estar feliz
Sendo que normalmente
Não estou

A merda fede por dentro
Só que ninguém a senti
Esse se torna
Meu período negro

domingo, 20 de dezembro de 2009

Mundo Imaginário

A vida é o que fazer dela
Por isso,
Faço minhas próprias leis
Minhas próprias regras

Vivo a vida
Não como ela é
Mas sim
Como a imagino

Quarto Pensamento

Entre a companhia de pessoas
Que só subtraem
Prefiro a solidão
E a tranquilidade
Do meu quarto

Em cima dos livros
Ouvindo vozes, sons
Falando com a mosca
A cabeça parada
Com o cérebro em movimento
Que estremecem a alma

Quarto cheio de pensamentos e loucuras de uma criatura com um sonho de mudar o mundo
-não sei onde irei chegar, só sei que estou indo!

Cópia ou Xerox


Nada se muda
Tudo se cópia
A diferença está na cópia
porque você pode ser uma

Como um segundo espelho
Respirando luzes
Em todo o amanhecer
A espera do sonho

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009


Junção de Religiões

Não quero mudar
A religião de ninguém
Porque não acredito
Que uma dada religião
Seja melhor que outra

O que vale
É o seu estado de espírito
Se faz o bem
As forças da alma
Permanecerão em movimento

Agora com novas
Flores e folhas
Num mais profundo
Significado filosófico
Ou filosófico significado

Crie e Não Decore


Existem pessoas que rezam
E nem sabem
O que estão rezando

Por isso
Minha reza
Não é a sua
É a minha
E do meu jeito

Rezo para mim
E não para as pessoas

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Loucos: Alegria do Mundo

A loucura é tão louca
Mais louca é a loucura
Criaturas pensantes
Soltas
Com cérebro torto

Quando pensam que não tava pensando
Já tava pensando antes
pensa, pensa, pensa
todo o tempo
o tempo todo

Faça Fazer

As pessoas só querem a merda feita
Mas, vai tu cagar
Pra ter a tua própria merda
A tua própria obra

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Personagens do Mundo Real

"Os homens são mais perigosos que os animais, e você é bicho ou vai além disso?"

Caminho Infinito

Todo mundo percorre
O mesmo caminho
Por isso
Percorro o caminho
Menos percorrido

Faço o meu
Sigo o meu
Aprendi a nadar
Contra a correnteza
E não a favor dela

Madrugada Pensante


Estou acordada
O que vou fazer?
Se os humanos da terra
Dormem,
Fecham os olhos
Estão Cegos
Tenho ânsia
Ânsia de vomito
De mudança

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Exército Sólido

Tenho um exército
Como um exército
É uma cadeia
Essa cadeia forma meus pensamentos
E esses pensamentos
Consistem na coletividade

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Observando o Céu

Às vezes fico olhando para o céu
Imaginando qual será a minha estrela
E uma força lá do meu interior
Dizia que era aquela
Que estava ascendendo e apagando

Um verdadeiro contraste
Entre a luz e a obscuridade
Era essa que me representava no céu
E refletia na terra
Uma mistura profunda de sol com a lua

Veias Sem Perfume

Entre minhas veias
Corre sangue
De água salgada
Sem perfume

Sou Eu, Eu Sou

Gosto de escrever em primeira pessoa e não falar sobre pessoas de concreto, executivos de terno encomodados com a gravatá que preferem os automóveis as caminhadas, ou coisas do gênero. Falo de mim de uma maneira real, momentânea... Sou eu e mais ninguém.

A Mosca Raul


Uma mosca com o nome de
Raul Santos Seixas
Está aqui no meu quarto
Nesse exato momento
Me fazendo companhia

Estamos conversando
E cantando também
O nosso hino
Hino de uma
Sociedade Alternativa

De fazer o que quiser
E como quiser
Sabendo que há um preço
Por essa liberdade
Não é Raul?

Diferente Jeito de Amar

Muitas amam com o coração
Eu amo com a alma
Enquanto essa distância acontecer
Continuarei amando
E se algum dia essa distância acabar
Amarei duas vezes mais

Elogios de Um Ofensor


Sempre recebo elogios
Do que virei a ser
Tendo consciência
De que ainda
Não sou

Quando recebo ofensas de alguém
Fico triste
Mas, sem dúvida
Se eu fosse o ofensor
Ficaria mais triste ainda

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O Adeus de Um Sonho

Escrevo alguns dias depois do meu profundo desespero, por necessidade de colocar para fora o que meu coração não suporta sozinha e me declaro com lágrimas nos olhos. É incrível como perdi a maior chance de toda minha vida, sinto-me totalmente derrotada, continuo respirando o seu ar que não é mais puro, o coração está frio e pesado como o Mont Everest, esperava para brilhar, entretanto continuo escondida atrás da porta. O tempo pode me mudar, mas não posso determinar o tempo, hoje duvido e não mais acredito em mim, pois a vida não dá a segunda chance muitas vezes. Agora num consigo quebrar nem vento.

As pessoas não me ouvem, não me sentem e quando me vêem, enxergam-me de um modo distorcido da realidade. Dentro desses olhos há uma enorme tristeza misturada com angústia, que esse trocadilho de sentimentos resulta em uma só forma: lágrimas de desilusão e de culpa. Um funeral triste e sombrio, com o corpo ainda respirando.

Tinha que ter um coração saltando pela boca e dois pés direito muito bons, mas não foi o que aconteceu, o coração não bateu, falhou, estava sem alma, sem expressão, e quanto aos pés fiquei sem nenhum, estavam trêmulos, inquietos, amedrontados e em um lance o osso do tornozelo fraturou, o meu sonho parecia ter chegado ao fim, estava prestes a jogar a toalha, mas encontrei inspiração nos meus os heróis, ainda pude lutar jogando todo o segundo tempo assim, por alguns instantes tudo deixou de ser meu, ficou sem luz, com horizonte nos olhos em eterno luto.

Que importam a minha paixão, se não aspiro à felicidade, a minha obra? São dias negros, interrogo-me, reflito grito com uma só boca onde as pessoas ouvem o meu som que não consigo ouvi-lo, desapareço num abrir e fechar dos olhos recupera a memória e aqui está a pedra onde ontem à noite, noite essa que se tornou vazia de desejo e pela primeira vez ouvi o grito, o grande grito da angústia. O que será que está reservado para mim? Estou a ponto de colocar cacos de vidro em mu tênis para se martirizar.

Tenho dormido, mas despertei de um sono profundo, mais profundo do que o dia pensava, antes sonhava agora já não durmo. Transporto presa a cama, a minha dor, imprimindo a nota sombria, as feridas da vida se revelam árdua vivencio na alma uma mutação com sinais de irreversível esgotamento, com blocos de pedra em formas de vendaval. O cavalo parece ter reduzido sensivelmente o seu trote, e com isso, fizeram minhas pernas turvarem-se, mas só um lembrete: - Posso até morrer no sonho, mas sobreviverei nele, em minha mente uma nuvem não pode desviar uma linha traçada.

Minha alma agora é pesada, exuberante e oprimida, esperando a abundância com enorme vergonha. Dei tudo à alma e ela esvaziou as minhas mãos, deixando-me cheia de melancolia, se desfazendo em lágrimas. Isso chegou a mim e não foi eu que busquei, é meu novo canto com o estômago sobrecarregado de um cansado caminho, como uma úlcera que irrita, desgasta, faz erupção e não perde a sinceridade.

Mas digo ainda há força nestas pernas, só não quero que me vejam por baixo, a minha nova idéia é não baixar a guarda, sempre mantê-la firme, preciso vencer pelo emocional, pela força interior, apesar de o crânio está esmagado. Quando jogo lembro de quem sou, se as coisas estão ruins, posso mudá-las, posso torná-las melhores, este é o meu verdadeiro território: onde piso, onde sinto, onde percorro. É hora de parar de chorar para começar novamente a lutar, renascendo a cada primavera e cada vez mais forte.

“A vida é a arte de encontro, embora tenha tanto desencontro nessa vida.”